30 de jul. de 2008

A Queda dos Halgor - Parte IV

O ERRO

Após descerem cerca de vinte andares, os quatro chegaram numa enorme câmara subterrânea, que se subdividia em vários túneis, em diversas direções. Nesta câmara havia uma central de controle, com aparelhos de comunicação obsoletos, ao que parecia, mesmo àqueles camponeses.
_ Tente ligar estas máquinas, disse Garush a Dan. Talvez fique mais iluminado aqui embaixo.
Após longos quarenta minutos, Dan finalmente consegue ligar os aparelhos.
_ Senhor, aqui indica que existe um tipo de portão a ser aberto. Mas é necessário um código de acesso. Sem ele é impossível avançar mais.
_ Qual destes cinco é o portão indicado aí?
_ Não sei, senhor. Poderia ser qualquer um. Aqui apenas diz: "Abrir Porta de Comunicação Central: Digite o Código de Acesso"
_ Certamente existem militares escondidos lá.
_ Ou o mal que os afugentou.

_ De qualquer forma precisamos descobrir a senha. Você é o único capaz de decifrá-la, Dan.
Neste momento, um dos quatro, Hen, de uma das cinco portas, grita:
_ A senha é "Mondarr"!
_ Como você pode saber? Diz Garush.
_ Cada Porta tem este nome escrito: "Projeto Mondarr"(que significa 'alma do mundo'), então suponho que seja este o código.
_Muito bem, diz Garush, é sua vez, Dan.

E, de fato, assim que digita o código, o computador reconhece como correto e libera o sistema. No entanto as portas permanecem fechadas. O que acontece em seguida é um tremor que apavora a todos, que se entreolham sem ação.
Uma gravação vinda de um alto-falante na parede diz:
_ Iniciando Operação Mondarr, fase um. Evacuar a cidade imediatamente.
Ao ouvir esta frase, que era repetida sem parar, o pânico toma conta de cada um.
_ O que está acontecendo, Garush? diz Yatz. O que foi que nós ativamos?
_ Dan, leia o que está aparecendo no computador! disse Garush apavorado.

O que Dan leu na tela do computador, se tivesse conseguido terminar, seria a seguinte mensagem:

"O Projeto Mondarr

Este ambicioso projeto, desenvolvido pelas maiores potências do mundo, é uma última tentativa de salvar a estrutura de Merovínian, depois da Era Nobre, quando o manto do planeta e sua força magnética fora danificado pelas inúmeras usinas térmicas que extraíam energia do magma. Em cada continente foram posicionadas cinco gigantescas ogivas nucleares a duzentos e cinquenta quilômetros de profundidade, feitas sob medida para sustentar a integridade estrutural do manto. Mas espera-se nunca haver necessidade de usá-las, pois os governos têm assinado tratados de não-poluição desde o ano 79 deste século."
No início, Mondarr fizera sucesso no mundo inteiro, como a possibilidade de salvarem as entranhas do planeta, que estavam à beira da ruína. Por séculos o mundo inteiro consumiu energia térmica do magma, através de milhares de usinas coletoras, que absorviam o calor com magnetismo e, assim, desestabilizavam o interior do planeta. Chegou um ponto em que, se a exploração do manto continuasse, o mundo inteiro poderia sofrer um cataclismo e ser completamente coberto por tempestades magnéticas violentíssimas e intermináveis, além de catástrofes naturais e terremotos. Então, no final da Era Nobre, as potências econômicas de cada continente se uniram e criaram em conjunto o Projeto Mondarr. Criadas por um grupo de renomados cientistas nucleares, as ogivas visavam reestabilizar o manto e seu poder magnético, caso os sintomas acima começassem a acontecer na superfície. Acontece que oito anos após a construção do projeto, alguns pesquisadores descobriram que o poder das ogivas era grande demais e era impossível removê-las sem causar uma explosão. O pior de tudo é que, com o tempo, os artefatos nucleares tendiam a se deteriorar e corriam o sério risco de explodir, danificando muito mais o planeta do que salvando-o. Talvez isto tenha impulsionado tanto a pesquisa por mundos habitáveis na circunvizinhança e, posteriormente, a campanha colossal para a colonização de Eaphis. Em outras palavras, este perigo iminente era, de fato, o mal que espantou os militares.

O projeto fora abandonado há vinte anos e, já que suas bases centrais eram de fácil acesso, devido à simplicidade da interface criada na Era Nobre, em cada continente foram estabelecidas cidades militares em torno dos centros de comando, para que as ogivas permanecessem seguras e desativadas. Sua ativação era perigosa demais e era impossível retirá-las de onde estavam. Garush e seus homens ativaram o sistema que estava condenado há décadas. As ogivas estavam interconectadas pela porta de comunicação que Dan abriu.

Assim, em completa sincronia, as trinta e cinco ogivas de fusão nuclear explodiram, fazendo todos os vulcões do planeta se ativarem ao mesmo tempo, e gerando uma onda de impacto tão violenta que erradicou em segundos todas as formas de vida. Em cada uma das regiões sobre as ogivas, se abriram gigantescos lagos de magma, como enormes chagas incandescentes. Sob as línguas de fogo de centenas de quilômetros de extensão, o planeta Merovínian sucumbiu nas chamas, desintegrando-se após algum tempo com uma explosão titânica no espaço.

[continua...]

Um comentário:

S.R.Fonseca.Jr. disse...

Eles morreram ???

HAuAhAUhAUHA!!!
Axo q sim!

Agora é ver a jornada dos Halgor nas estrelas. ehehehe!!!

O que eles encontrarm na caverna ???