28 de jul. de 2008

A Queda dos Halgor - Parte III

ESQUECIDOS

No passado, no período considerado " a era nobre do mundo", os grandes povos de Merovinian construíram belíssimas civilizações. Por sua natureza imperialista, dominavam países miseráveis e, com seus despojos, construíam lindos palácios e monumentos. Nesta época, a guerra era tão aclamada que o conceito de paz era considerado utopia, apenas sussurado entre os "rebeldes" pacíficos que não tinham coragem de se manifestar. Nunca a tecnologia avançara tão rápido quanto neste período, o que levou os merovinianos a associarem a guerra ao desenvolvimento. E a Era Nobre do Mundo se tornou a era da tecnologia, para eles.

As grandes máquinas, fábricas, aparelhos domésticos, tudo nesta época derivou da guerra. O que mais se destacava era a simplicidade de manuseio e a forma intuitiva de se lidar com os artefatos. Essa tendência era tão forte que, depois de alguns anos, surgiram naves de guerra que até mesmo uma criança podia operar. E nenhum dos inventores poderia imaginar que este fato da engenharia, a simplicidade, poderia definir o destino de todo o mundo.

As pouquíssimas comunidades que restaram, ou não ouviram falar da viagem, ou não puderam ir. Uma delas foi a pequena vila de Hash, na costa de um continente gelado, no pólo norte.
Numa bela noite, viram a Nave Teltz, que levava a população daquele continente, sumir no vazio, deixando-os para trás. Acharam um espetáculo grandioso, eles que sempre se aqueciam em fogueiras e vigiavam as estrelas à noite. Sequer imaginavam que ali partiam simplesmente todas as pessoas do continente de Teltz!

Os sábios de Hash, em conselho, decidiram que uma comitiva iria à cidade mais próxima (Herin) descobrir do que se tratava. Desconfiavam que algo sério pudesse ter acontecido, e como mantinham relações comerciais com a cidade, poderiam ser prejudicados caso algo de ruim acontecesse ali. Herin de tempos em tempos fornecia soldados para a proteção de Hash, em troca de cereais e caça, as únicas fontes de renda da pequena vila. Não enviaram, porém, nehnum militar, senão apenas nativos. Partiram dez pessoas e, chefiando-as, os dois homens mais corajosos da vila: Garush e Kel.

Herin era uma cidade-asilo para militares, e em toda a redondeza haviam entre os cidadão lendas a respeito dela. Muitos afirmavam que ali estavam as armas mais poderosas do mundo, e que o governo mantinha tantos militares na cidade por medo de civis ou governos inimigos descobrirem seu arsenal. Quando a comitiva chegou, estranharam o silêncio mórbido que pairava sobre a cidade, antes tão movimentada. Naquele dia andaram pelos bairros e fizeram uma busca por todos os cantos, até a tarde, porém a niguém encontraram. Por causa dos rumores, Garush disse pensar ter acontecido alguma guerra.
_ Duvido, disse Kel. Se fosse uma guerra, os edifícios estariam completamente arruinados. Acredito que aquele foguete gigantesco que partiu ontem à noite levou todos os militares com ele.
_ Então é possível que os militares estejam fugindo de alguma coisa... precisamos averiguar antes de voltar à vila. Talvez o que meteu medo nos militares possa também ser um perigo para Hash!
_ O que quer que tenha sido, não creio que irá até Hash. E você está só supondo, não tem certeza de nada. O que viemos fazer aqui, já fizemos! Voltaremos amanhã com os homens para a vila, e diremos a verdade: não há uma só alma em Herin.
_ Pois então aqui nos separamos! Garush estava determinado. Comigo virá metade da comitiva, e descobriremos o que há nesta cidade deserta que ameaçou todos os militares!
_ Muito bem, disse Kel já virando-lhe as costas. Homens, separem-se em dois grupos: quem virá comigo de volta pela manhã e quem ajudará Garush em sua busca!

Formaram-se assim um grupo de três que ficariam com Garush e cinco que voltariam com Kel. Dormiram todos amontoados, perto dos portões da cidade, mas Garush não cerrou os olhos por toda a noite, vigiando algum possível ataque surpresa.
Logo ao amanhecer, Kel e seus homens deram adeus e partiram, olhando para trás com tom de acusação a Garush e seus três. Este, ao ver a comitiva se distanciar, levantou-se num salto e disse:
_ Homens, aqueles covardes desertaram, como crianças! Foram levar as notícias que lhes acariciavam os ouvidos! Mas se nós fôssemos com eles, poderíamos também permitir que a desgraça chegasse até nossas famílias. Portanto vamos descobrir o mal que assola esta cidade maldita, e aniquila-lo aqui mesmo, antes que ameaçe Hash. Assim voltaremos como heróis!
Ouvindo isto, os três vibraram com a chance de se tornarem os salvadores de seu povo. Garush sentiu que era a hora de avançar.

EmHerin havia um prédio central, que era o mais alto da cidade. Quando chegaram nesta área, um dos homens sugeriu que tal prédio poderia abrigar alguma informação, pois sempre que viam fotos de Herin, viam este prédio (que, na verdade, era o cartão-postal da cidade). Como as portas eram de vidro, logo entraram sem complicações. Um dos homens entendia um pouco de informática, e tentou ligar um dos computadores da recepção, mas sem sucesso. Enquanto isso, outro gritou:
_ Encontrei uma escada!

Ao chegarem ali, viram que a escada também descia, e perderam de vista quantos andares existiam por sob a superfície.
_ Talvez haja militares lá embaixo, disse um.
_ Talvez haja o mal que os afastou, disse outro.
_ O que quer que exista, só há um modo de descobrir, disse o terceiro.
_ O que estão esperando? Garush já estava dois andares na frente deles.

[continua...]

Nenhum comentário: