28 de jul. de 2008

A Queda dos Halgor - Parte II




O MISTÉRIO

Merovinian permaneceu quase completamente abandonado. Cidades, países inteiros caídos no silêncio, no vazio profundo. Ao todo, cerca de dez mil pessoas restaram em todo o planeta, além dos animais. Na verdade a campanha de colonização fizera tamanho sucesso que varrera todo o planeta; o governo central decidira financiar a viagem gratuitamente a toda a população que quisesse ir. E os que restaram, algumas comunidades miseráveis, criminosos presos, tribos isoladas, ou fanáticos patriotas, se viam agora completamente sozinhos.

Enquanto isso, a gigantesca frota de colonização se dirigia para Eaphis, empolgados com seu próprio avanço tecnológico, que os permitia viajar pelo cosmos e habitar até mesmo outros planetas. Pessoas famosas, governantes, cientistas, enfim, todos os grandes nomes de Merovinian estavam nas naves. Grandes eventos, shows, comícios, discursos e festas sem fim marcaram a viagem, que durou três meses. As naves eram tão bem equipadas com suprimentos renováveis que, se fosse preciso, poderiam viver ali eternamente. E isto não parecia uma má idéia, visto que nunca haviam sido tão felizes em seu mundo quanto nas naves. Alguém chegou a dizer, num discurso: "Querem saber? Não sinto a menor saudade de Merovinian".

De fato a saudade não existia. Seu planeta de origem estava poluído e degradado, à beira da ruína. Séculos de destruição à natureza deixaram poucas espécies animais vivas e somente míseras oito reservas florestais, ainda assim escassas. Suas naves ultramodernas, no entanto, tinham a última palavra em recursos e tecnologia. Não faria sentido voltarem. Nunca mais.
Então, após uma viagem que pareceu mais um cruzeiro, de tão luxuosa, avistaram Eaphis, com sua atmosfera everdeada e seus lindos mares azuis. Grande euforia tomou conta de toda a tripulação, que comemorou como se tivesse vencido uma guerra. "Finalmente chegaram os tempos de paz, escritos nas estrelas", diziam os ditadores, referindo-se a uma profecia criada pelo governo para incentivar as populações.

As dezesseis naves passaram a orbitar o planeta, enquanto alguns caças de reconhecimento desciam para escolher algum lugar adequado para o pouso.
Na cabine principal, o General Kson, encarregado da defesa, bastante impaciente, aguardava a comunicação dos caças:

_Comando Ox, aqui é o Comando Central. Solicito relatório visual.
_Comando Central, não temos visualização da superfície, pois está nublado. Talvez haja uma tempestade nesta área, e solicitamos mapeamento da região, e subsequente permissão para descida.
_O mapeamento já foi realizado; abaixo das nuvens há uma planície. Permissão para descida concedida. Desçam até abaixo das nuvens, e retomem a comunicação.
_Positivo.
Em alguns instantes os caças somem nas espessas nuvens. Momentos mais tarde, o general Kson realiza um novo mapeamento na superfície.
_ General, diz o cientista que fez a varredura, o scanner indica existirem inúmeras aberturas no solo, como bocas de cavernas, por toda a extensão do continente. Mas há algo errado. as aberturas estão posicionadas uniformemente. Me parece sinal de algum tipo de civilização.
Por um segundo Kson imagina o pior.

[continua...]

Um comentário:

S.R.Fonseca.Jr. disse...

Tah ficando massa cara!
Pode continuar que tah fera!